Ó França, Mãe das Leis
















O França, mãe das leis, das artes e das lutas,
O leite do teu seio amamentou-me outrora:
Em busca do redil, como um cordeiro, agora,
Teu nome eu vou dizendo às florestas e às grutas.

Então, cruel, por que sem resposta me deixas,
Se, como filho teu, já fui reconhecido?
França, França, responde a meu triste gemido.
Somente me responde o eco das minhas queixas.

Entre os lobos cruéis, os campos percorrendo,
Sinto chegar o inverno, o seu gelo trazendo
A meu corpo transido arrepio tamanho.

A cordeiro nenhum tem faltado alimento,
Nenhum receia o lobo, a friagem e o vento:
E no entanto não sou a escória do rebanho.



France, mère des arts, des armes et des lois

France, mère des arts, des armes et des lois,
Tu m’as nourri longtemps du lait de ta mamelle :
Ores, comme un agneau qui sa nourrice appelle,
Je remplis de ton nom les antres et les bois.

Si tu m’as pour enfant avoué quelquefois,
Que ne me réponds-tu maintenant, ô cruelle ?
France, France, réponds à ma triste querelle.
Mais nul, sinon Écho, ne répond à ma voix.

Entre les loups cruels j’erre parmi la plaine,
Je sens venir l’hiver, de qui la froide haleine
D’une tremblante horreur fait hérisser ma peau.

Las, tes autres agneaux n’ont faute de pâture,
Ils ne craignent le loup, le vent ni la froidure :
Si ne suis-je pourtant le pire du troupeau.



Joachim Du Bellay - Tradução: https://www.escritas.org/pt/joachim-du-bellay

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