Porque
me olham como diferente?
Sempre
com potencial carente
Ou
preferencial delinquente
Se
estudo tenho cara de repetente
Sou
tratado como descendente
Estrela
sem brilho decadente
Minha
fé é sem categoria e descrente
Sou da
cor da noite
Mas de
noite sou o que preocupa
Nunca
foi mocinho, sou o vilão!
O mal é
negro
O
negativo é preto
Sou
falta de luz, escuridão.
Sou
vergonha na história
De uma
pátria sem memória
Sou
motorista dos outros, sou garçom.
Não sou
servido, não sou maçom.
Sou
cidadão da cor
Da cor
da exclusão
Sou
cota afirmativa
O
futuro sem canção.
Henrique
Rodrigues Soares – Hora de Silêncio
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