Morte























Um bicho à morte ignora
ânsia e temor; contudo
um homem, quando é hora,
anseia e teme tudo;
morreu vezes sem conta
e ergueu-se redivivo.
Um grande homem confronta
gente homicida, altivo,
escarnecendo o corte
do alento. Convivera
com a morte a vida inteira:
o homem criou a morte.


Death

Nor dread nor hope attend
A dying animal;
A man awaits his end
Dreading and hoping all;
Many times he died,
Many times rose again.
A great man in his pride
Confronting murderous men
Casts derision upon
Supersession of breath;
He knows death to the bone –
Man has created death.

William Butler Yeats. 

Death / Morte. Tradução de Nelson Ascher. In: ASCHER, Nelson (Tradução e Organização). Poesia alheia: 124 poemas traduzidos. Rio de Janeiro, RJ: Imago, 1998. Em inglês: p. 104; em português: p. 105. (Coleção “Lazuli”)

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