meu verso, temo, vem do berço.
não versejo porque eu quero,
versejo quando converso
e converso por conversar.
pra que sirvo senão pra isto,
pra ser vinte e pra ser visto,
pra ser versa e pra ser vice,
pra ser a super-superfície
onde o verbo vem ser mais?
não sirvo pra observar.
verso, persevero e conservo
um susto de quem se perde
no exato lugar onde está.
onde estará meu verso?
em algum lugar de um lugar,
onde o avesso do inverso
começa a ver e ficar.
por mais prosas que eu perverta,
não permita Deus que eu perca
meu jeito de versejar.
Paulo Leminski, do livro “Distraído venceremos”. 1987.
não versejo porque eu quero,
versejo quando converso
e converso por conversar.
pra que sirvo senão pra isto,
pra ser vinte e pra ser visto,
pra ser versa e pra ser vice,
pra ser a super-superfície
onde o verbo vem ser mais?
não sirvo pra observar.
verso, persevero e conservo
um susto de quem se perde
no exato lugar onde está.
onde estará meu verso?
em algum lugar de um lugar,
onde o avesso do inverso
começa a ver e ficar.
por mais prosas que eu perverta,
não permita Deus que eu perca
meu jeito de versejar.
Paulo Leminski, do livro “Distraído venceremos”. 1987.
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