por esta vida, como os rios quietos...
Rolam os rios, — árvores e tetos,
céus e terras, tranquilos, espelhando;
vão refletindo todos os aspectos,
num serpentear indiferente e brando;
espreguiçam-se, límpidos, cantando,
no remanso dos sítios prediletos;
fecundam plantações, movem engenhos,
dão de beber, sustentam pescadores,
suportam barcos e carreiam lenhos...
Lá se vão, num rolar manso e tristonho,
cumprindo o seu destino sem clamores
e sonhando consigo um grande sonho.
Amadeu Amaral
Publicado no livro Névoa (1910).
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