Bate, coração do Mundo,
Bem escuto o teu ritmo,
Os saltos do sangue humano correndo pelas artérias
Do doloroso corpo mapa-múndi.
Os pés em marcha, as máquinas gesticulando,
A terra em seu labor de guerra eterna.
Ímpeto de lutar
Por qualquer coisa que ainda há de acontecer.
Pelo que outrora os sinos repicaram,
Pelo que agora os apitos gritam desesperadamente,
Pela explosão de um sol
Brilhando no aço das lanças e dos cascos
Dos cavaleiros com penachos, sob bandeiras,
Ao lado a procissão misteriosa das sombras no chão,
Marcha de heróis ou leva de prisioneiros?
Dante Milano. Os trabalhadores do mundo. In: __________. Poesias. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1948. p. 75.
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