Vem, partamos, que o mundo nos espera!
Não te assombrem as noites sem luares,
nem estranhes as pedras que pisares,
nem te engane a miragem da quimera.
Muito espinho hás de ver que dilacera
a própria flor com que brotou. Não pares:
verás, no estio, névoa pelos ares
e morrerem jardins, na primavera.
Mas que importa? Sou moço, és bela e temos
um bem que nós somente conhecemos
e que a vida não dá porque o não tem.
Vamos com nosso amor, vamos agora,
de olhos fechados, pela vida afora,
de braços dados, pelo mundo além!
Guilherme de Almeida
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