Tentei conter a pressão do papel
Sua potencialidade enigmática
Que jorra tantos berros não-ditos
E sentidos plenos de incertezas.
Tentei conter o fluxo ditirâmbico
Dessa escandalosa pausa
entre o verbo e o sussurro.
Tentei mas fui capturada pelo furacão
Que mora nesse vazio grávido
Então sou letras transitando
Em versos despidos de um fugaz idílio.
Não há sonho. Há sono, ressaca e dor.
Torpor talvez. Ou nada disso.
É uma folha em branco
A guardar as lacunas do meu por enquanto.


Paula Beatriz Albuquerque

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