Continuam a comover-me os poetas
com a sua tristeza de flor amedrontada,
coroando as palavras como quem elege
o sonho dos deuses no sono dos mortais.
Leio-os e estou ao lado deles, sou um deles,
como o pintor no labirinto das tintas,
fingindo morrer pelas mesmas causas,
simulando assombros onde só há sorrisos,
fingindo revelações onde já não há mistério.
Cumpro as horas e os meses
num inquieto calendário de ondas
que marca o tempo decrescente
de um homem entre a luz e crepúsculo.
Os poetas sabem do que falo.
Indomado, sento-me no seu círculo
de derrotadas e inclementes sílabas,
mas o meu livro é outro:
é o esplêndido vazio da perdição da alma.
José Jorge Letria
com a sua tristeza de flor amedrontada,
coroando as palavras como quem elege
o sonho dos deuses no sono dos mortais.
Leio-os e estou ao lado deles, sou um deles,
como o pintor no labirinto das tintas,
fingindo morrer pelas mesmas causas,
simulando assombros onde só há sorrisos,
fingindo revelações onde já não há mistério.
Cumpro as horas e os meses
num inquieto calendário de ondas
que marca o tempo decrescente
de um homem entre a luz e crepúsculo.
Os poetas sabem do que falo.
Indomado, sento-me no seu círculo
de derrotadas e inclementes sílabas,
mas o meu livro é outro:
é o esplêndido vazio da perdição da alma.
José Jorge Letria
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