No instante na sala
no ordinário jarro
a flor de plástico

num ludíbrio inventa vida em sua inutilidade
nas paredes em infiltração de gritos
séculos atravessam o sonho
e a fronteira da sala

fechada nas linhas das mãos que seguram
os retratos mofados
trancados em poeira
um mausoléu de memória

No lado esquerdo da cena
o espelho num passe de mágica
come a sala e a flor
os gritos e o sonho

Nas janelas abertas no relógio
tudo gira novamente


Carlos Orfeu

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