E faze a terra devorar sua doce prole;
Arranca os dentes afiados da feroz mandíbula do tigre,
E queima a eterna fênix em seu sangue;
Alegra e entristece as estações enquanto corres,
E ao vasto mundo e todos os seus gozos passageiros,
Faze aquilo que quiseres, Tempo fugaz;
Mas proíbo-te um crime ainda mais hediondo:
Ah, não marques com tuas horas a bela fronte do meu amor,
Nem traces ali as linhas com tua arcaica pena;
Permite que ele siga teu curso, imaculado,
Levado pela beleza que a todos sustém.
Embora sejas mau, velho Tempo, e apesar de teus erros,
Meu amor permanecerá jovem em meus versos.
Sonnets
And make the earth devour her own sweet brood,
Pluck the keen teeth from the fierce tiger's jaws,
And burn the long-lived phoenix, in her blood,
Make glad and sorry seasons as thou fleet'st,
And do whate'er thou wilt swift-footed
TimeTo the wide world and all her fading sweets:
But I forbid thee one most heinous crime,
O carve not with thy hours my love's fair brow,
Nor draw no lines there with thine antique pen,
Him in thy course untainted do allow,
For beauty's pattern to succeeding men.
Yet do thy worst old Time: despite thy wrong,
My love shall in my verse ever live young.
William Shakespeare - Tradução de Thereza Christina Rocque da Motta
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