Chega um tempo em que as nuvens não te reconhecem.
Não digas nada.
Longe não deslindas um som que te frequentava.
Não aguces os ouvidos.
Na gruta passam por ti como se te não vissem.
Não esfregues os olhos.
Caminhas pela campina e teu pés nada sentem.
Não troques de passo.
A palavra não é mais dita, apenas lida por outrem.
Não fales nada.
No universo transverso desse tempo
Na contramão de versos claudicantes
Ainda restam as mãos para o incêndio das horas.
Aníbal Beça
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