Anima Bella Da Quel Nodo Sciolta (Alma tão bela)
Alma tão bela desse nó já solta
Que mais belo não sabe urdir natura,
Tua mente volve à minha vida obscura
Do céu à minha dor em choro envolta.
Da falsa suspeição liberta e absolta
Que outrora te fazia acerba e dura
A vista em mim pousada, ora segura
Podes fitar-me, e ouvir-me a ânsia revolta.
Olha do Sorge a montanhosa fonte
E verás lá aquele que entre o prado e o rio
De recordar-te e de desgosto é insonte.
Onde está teu albergue, onde existiu
O amor que abandonaste. E o horizonte
De um mundo que desprezas, torpe e frio.
Em italiano
Anima bella da quel nodo sciolta
che piú bel mai non seppe ordir Natura,
pon’ dal ciel mente a la mia vita oscura,
da sí lieti pensieri a pianger volta.
La falsa opinïon dal cor s’è tolta,
che mi fece alcun tempo acerba et dura
tua dolce vista: omai tutta secura
volgi a me gli occhi, e i miei sospiri ascolta.
Mira ‘l gran sasso, donde Sorga nasce,
et vedra’vi un che sol tra l’erbe et l’acque
di tua memoria et di dolor si pasce.
Ove giace il tuo albergo, et dove nacque
il nostro amor, vo’ ch’abbandoni et lasce,
per non veder ne’ tuoi quel ch’a te spiacque.
Francesco Petrarca
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O Tempo seca o Amor
O tempo seca a beleza, seca o amor, seca as palavras. Deixa tudo solto, leve, desunido para sempre como as areias nas águas. O tempo seca a ...
Nos últimos 30 dias.
-
O ventre e os braços da mãe, o berço, a casa, a escola, o pátio, o ônibus, o escritório, a mulher e o sono. Mauro ...
-
Seus olhos acesos seus ouvidos como cães que guardam a noite ele dirige o ônibus O ronco do motor os outros carros...
-
São uns olhos verdes, verdes, Uns olhos de verde-mar, Quando o tempo vai bonança; Uns olhos cor de esperança, U...
-
A chuva, outra vez a chuva sobre as oliveiras. Não sei por que voltou esta tarde se minha mãe já se foi ...
-
Arquitetos adotam a transparência como regra e matéria-prima cobrem as cidades com casas de vidro quase tudo...
-
Há você Um espaço Para os passos E uma porta Não é por que É uma porta Que você tem que Abri-la Liberdade...
-
Eu amava Como amava algum cantor De qualquer clichê De cabaré, de lua e flor Eu sonhava como a feia Na vitri...
-
Pousa neste leito palavras inúteis e nunca ditas. Pousa neste leito espíritos cansados e desinteressados...
-
Passava a lua pelo azul do espaço De teu regaço A namorar o alvor! Como era tema no seu brando lume... Tive ciúm...
-
Entrevisto e esquivo, eu sou esse aroma finado mas vivo que no vento assoma! Entrevisto e incerto, acaso ou t...
Nenhum comentário:
Postar um comentário