há quem diga do corpo – de sua concretude
mas o que há é liquidez
mais de mil partículas – mil núcleos – mil esferas
fluindo nesse rio andante
na disputa e na defensa
pelas mesmas artérias – mesmos veios
numa permanente luta de vida e morte
há uma força que lhes une e desune
lhes funde e aparta
o rio esse denso corpo que mergulha em si
pesado demais para chover
precipitar-se no ar
o corpo esse rio de sal e sangue
lento de correr que mal sossega – mal respira
ilhado de vento e vazio
há quem diga do corpo
de sua agudeza em mirar
mas o que há é miragem
centrífuga ilusão de ser
a refluir no verbo
o corpo é esse rio
cuja nascente e foz
disputam a força
o espaço
o tempo e as profundidades
no centro de um coração
mas o que há é liquidez
mais de mil partículas – mil núcleos – mil esferas
fluindo nesse rio andante
na disputa e na defensa
pelas mesmas artérias – mesmos veios
numa permanente luta de vida e morte
há uma força que lhes une e desune
lhes funde e aparta
o rio esse denso corpo que mergulha em si
pesado demais para chover
precipitar-se no ar
o corpo esse rio de sal e sangue
lento de correr que mal sossega – mal respira
ilhado de vento e vazio
há quem diga do corpo
de sua agudeza em mirar
mas o que há é miragem
centrífuga ilusão de ser
a refluir no verbo
o corpo é esse rio
cuja nascente e foz
disputam a força
o espaço
o tempo e as profundidades
no centro de um coração
Wanda Monteiro - A LITURGIA DO TEMPO e outros silêncios, 2019, Editora Patuá.
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