De manso surge a vaga.
Vem de leve de uma ruga do mar que o vento ensaia
impelir e rolar. E rola e em breve
numa auréola de espumas cinge a praia.
E é majestosa e bela quer se eleve
expandindo-se toda ou se contraia,
erga-se em cristas brancas como a neve
ou rebramando escachoante caia.
Tal como a vaga é o meu amor por ti
férvido, impetuoso — o que eu senti
no coração com mais ardor vibrar.
Amor que de meus versos dentre a espuma
borbulha e se agiganta e se avoluma
como a vaga rolando sobre o mar.
Vem de leve de uma ruga do mar que o vento ensaia
impelir e rolar. E rola e em breve
numa auréola de espumas cinge a praia.
E é majestosa e bela quer se eleve
expandindo-se toda ou se contraia,
erga-se em cristas brancas como a neve
ou rebramando escachoante caia.
Tal como a vaga é o meu amor por ti
férvido, impetuoso — o que eu senti
no coração com mais ardor vibrar.
Amor que de meus versos dentre a espuma
borbulha e se agiganta e se avoluma
como a vaga rolando sobre o mar.
Carlos Marighella, no livro “Poemas: rondó da liberdade”. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
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