Grandes olhos cristãos piedosamente erguidos
Para o Altar onde a Glória imorredoura canta...
Brandos violões, brandos violinos dos sentidos:
Campo-santo onde flore a imarcescível planta
Do Amor que espera sempre os beijos prometidos,
E na hora vesperal, quando o luar se levanta,
Perfume para o olfato e som para os ouvidos:
Torres de eremitério onde os dobres dos sinos
Parecem prolongar um réquiem surdo e frouxo,
Um responso de morte acompanhado de hinos:
Grandes olhos cristãos de olheiras de veludo,
Altares quaresmais enfeitados de roxo,
Benditos para sempre Onde revive tudo!
Alphonsus de Guimaraens - de: “Câmara Ardente” (Perystilum) (1899)
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