Japeri
Acordas bem cedo!
Tem que trabalhar
Está bem longe, acanhado,
Escondido no final da baixada.
Madrugadas frias
Com ruas de terra e um verde calado
Cinza de pouca esperança
Passos miúdos e apressados
De um povo que corre
Como as águas do Guandu
Num ritmo suave que nunca pára.
O sol acorda os montes
E ao redor da ferrovia
Tudo desperta e se mexe
Com espreguiçar de quem não se espera muito.
As crianças brincando de bola,
Soltando pipa e indo para escola.
Poucas ruas asfaltadas
Com casas longas e outras apertadas
Algumas tão pobres, outras como rosto de moça rica pintada.
Aonde os animais vivem em harmonia com humanos.
E humanos que vivem como animais ajuntam seus pertences
Para próximo acampamento noturno.
Ao chegar da noite
Tuas noites têm estrelas
A criançada brinca pelas ruas descalçadas
Sem se preocupar com o amanhã.
A lua brilha achando graça
Junto com as moças nas acanhadas praças,
Que não tem hora para adormecer.
O povo vai descendo dos trens
Com bolsas, sonhos e cansaço
E logo adormece pequena cidade
Do meu coração.
As casas cheiram silêncio
As ruas cheiram escuridão
Esperando o nascer de um novo dia
Com sua rotina repetitiva.
Henrique Rodrigues Soares – O que é a Verdade?
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2 comentários:
Escreve poeta, mostra esse lugar, vou a Japeri sempre a trabalho desde 2007 e gostei desde o dia que pisei ai, abraços
Henrique, sou professora da UFRRJ. Nos estamos fazendo uma revista sobre a Baixada e gostaríamos de saber se você gostaria que seu poema sobre japeri fosse publicado na revista.Por favor entre em contato pelo email jananss@yahoo.com.br
grande abraço
Janaina
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