Lábios
que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho:
que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?
É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,
que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto
no chão obscuro desse amor que lembro.
Nuno Júdice
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O Tempo seca o Amor
O tempo seca a beleza, seca o amor, seca as palavras. Deixa tudo solto, leve, desunido para sempre como as areias nas águas. O tempo seca a ...
Nos últimos 30 dias.
-
Insuportável mundo! A obter e jogar fora, nós arrasamos, tarde ou não, nosso vigor: pouco de noss...
-
(...quisera enxergar meus versos com vistas de outro, sem os olhos tacanhos de dentro...) vou arrancar os sapatos...
-
escrevo mordendo-me como o cão morde o próprio rabo no sexo vascular dos verbos na pele-página a ...
-
Tenho saudade de mim mesmo, saudade sob aparência de remorso, de tanto que não fui, a sós, a es...
-
Te criei como crio tantos personagens Pus em você pitadas de festim Te fazia dançar feliz nos sonhos Pus em você ...
-
Aos que falharam, grandes na aspiração, aos soldados sem nome caídos na vanguarda do combate, aos calmos e esfor...
-
Por enquanto sou pequeno, muita coisa eu não sei. Eu só sei que estou gostando deste mundo onde eu cheguei....
-
Antes de tudo, te observo em órbita Te convoco a soltar o pés do solo De pronto, te abraço em meu colo Ante...
-
Como tu cantas pequeno rouxinol Te soltas pela liberdade que procuras Na paz solitária das...
-
azulejos brancos cardumes de passos anoitecidos no canto da varanda por onde formigas brotam como fachos negros e canibaliza...

Nenhum comentário:
Postar um comentário