Veste um cinza semi invisível
Só o sofrimento não se terceiriza
Pois pra cada lombo há uma chibata
Gente moendo carne de gente
Servida estragada ao chão da fábrica
Enquanto suas massas encefálicas
Eclodem de angústias quase mudas
As dores duradouras querem férias
Mas quando se institui a miséria
A uniformidade linda e bela
Faz da migalha não misericórdia
Mas ouro pra quem nada tem na horta
E antes do sol nascer também acorda
E sofre à flor da idade a sua poda
Morrendo quase no fim da jornada
Alan Salgueiro
Rascunhos de Revolução
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