O pão nosso de cada dia












Fim do expediente
Os sapatos de todos
Apertam os pés
(O asfalto vai do chão ao céu)

Uma multidão
Sem sentir
Faz fila
E coleia na avenida

Levo uma carta ao correio
Ponho perfume
Descobri meu grande amor

(Em hora imprópria lembro-me do
Crítico
Ele execra
Poesia do cotidiano)

Mas numa esquina
Um homem
Tenta vender
Aos berros
O mapa da Ucrânia.

Adriane Garcia

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