Todo adquiere en mi boca
un sabor persistente de lágrimas:
el manjar cotidiano, la trova
y hasta la plegaria.
Yo tengo otro oficio,
después del callado de amarte,
que este oficio de lágrimas, duro,
que tú me dejaste.
¡Ojos apretados
de calientes lágrimas!
¡Boca atribulada y convulsa,
en que todo se me hace plegaria!
¡Tengo una vergüenza
de vivir de este modo cobarde!
¡Ni voy en tu busca
Ni consigo tampoco olvidarte!
Un remordimiento me sangra
de mirar un cielo
que no ven tus ojos,
¡de palpar las rosas
que sustenta la cal de tus huesos!
Coplas
A tudo, em minha boca,
um sabor de lágrimas se acresce;
a meu pão cotidiano, a meu canto
e até à minha prece.
Eu não tenho outro oficio,
depois do silente de amar-te,
que este oficio de lágrimas, duro,
a meu pão cotidiano, a meu canto
e até à minha prece.
Eu não tenho outro oficio,
depois do silente de amar-te,
que este oficio de lágrimas, duro,
que tu me deixaste.
Olhos apertados
de candentes lágrimas!
Boca atribulada e convulsa,
em que prece tudo se tornava!
Tenho uma vergonha
deste modo covarde de ser!
Nem vou em tua busca
nem consigo também te esquecer!
E há um remoer que me sangra
de olhar um céu
não visto por teus olhos,
de apalpar as rosas
sustentadas pela cal de teus ossos!
Gabriela Mistral - Trad. de Ruth Sylvia de Miranda Salles
Olhos apertados
de candentes lágrimas!
Boca atribulada e convulsa,
em que prece tudo se tornava!
Tenho uma vergonha
deste modo covarde de ser!
Nem vou em tua busca
nem consigo também te esquecer!
E há um remoer que me sangra
de olhar um céu
não visto por teus olhos,
de apalpar as rosas
sustentadas pela cal de teus ossos!
Gabriela Mistral - Trad. de Ruth Sylvia de Miranda Salles
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