Na escama de prata do domingo
um poema escrito
temperado com alho
cheiro-verde
cebolinha
alecrim
Repartem com garfos e facas
A fome
O alívio
A barriga cheia
Bocas apimentadas de sorrisos
sorrisos arrumados no outono
No outono bordado na toalha da mesa
no outono pintado nas flores dos pratos de porcelana
sujos de feijão
Famílias em círculo
entardecem memórias dissolvidas num auto-retrato.
Carlos Orfeu
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