Meus olhos
estão cansados
de morrer.
E morrem abertos
anestesiados de um ai profundo.
Eles sabem
que no fundo de cada alma
há sempre um abismo novo
que compete com o abismo do outro,
e que, somados,
são o abismo de um povo.
Meus olhos sentem
as farpas,
as farsas,
as fissuras
da estrutura dos mundos.
Eles se banham silentes,
face a indiferença de muitos.
Mas morrem de pé
como quem se recusa a quedar-se.
Morrem eretos,
como quem
nem mesmo ante a morte se curva.
Pois sabem enxergar o sol
nas profundezas mais turvas.
estão cansados
de morrer.
E morrem abertos
anestesiados de um ai profundo.
Eles sabem
que no fundo de cada alma
há sempre um abismo novo
que compete com o abismo do outro,
e que, somados,
são o abismo de um povo.
Meus olhos sentem
as farpas,
as farsas,
as fissuras
da estrutura dos mundos.
Eles se banham silentes,
face a indiferença de muitos.
Mas morrem de pé
como quem se recusa a quedar-se.
Morrem eretos,
como quem
nem mesmo ante a morte se curva.
Pois sabem enxergar o sol
nas profundezas mais turvas.
Nara Rúbia Ribeiro
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