Em minhas pradarias
não praias
desceu a espuma láctea
do cheiro melancólico de um mar,
agora distante e subterrâneo.
O seu metal dura
dura mais que qualquer uva
mais que seu trilho
mais que sua ferrugem
mais que seu calor fosco
ombro de seu lombo
eco de sua ecologia
cristalizada.
É difícil rompê-lo
tento sujá-lo, para que não brilhe
em meus ossos desertores
transformando-me na terra
que me enterra
e me protege do nu frio
do céu vertical
de mil cavalos.
Basta me acostumar,
hirsuto e fastio,
me comprimindo
no comprimido
que juntou suas fendas internas
e removeu seu ar,
transpirando,
para tomar com um copo d'água,
antes de dormir.
Lucas Alvim
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