Farda
infartada com tantos emblemas
Viciado
por todo um inexorável sistema
Entre
os números e seus teoremas
Se
não me esforço para deixar o beco
Da
falta de vida de um poço seco
Questionando
por uma encorpada inconstância
Em
que tudo soa como vigorosa discrepância
Como
me comporto não deixa eco
Na
arte ventríloqua sou boneco
O
que suponho não tem importância
Morre
nas nuvens da ignorância
Encontro
com minhas trevas
Desarmado,
desnudado sem reservas
Na
pele brota o que me conserva
Como
uma tênue rubra relva
A
transpiração que dolorosa
Não
suaviza a hora assombrosa
Não
cria raízes de esperança
Nem
traz calmaria ou temperança
Henrique
Rodrigues Soares – Canibais Urbanos
Março
de 2016
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