José foi ao vale dos ossos.























Parece que lhe tiraram o chão
Te colocaram dentro do poço
Parece que lhe cegaram a visão
Te aprisionaram num calabouço


Parece que já não sonhas
E também já não dormes
Parece que angustia te acompanha
E a ansiedade te consome


Mortos, não mais que mortos.
Um vale de sequíssimos ossos
Solidão ingrata sem portos
Ruína, e confusão em destroços.


Em que sustenta tua confiança?
Cercado de vergonha e dores
A alma ingênua procura esperança
Secou a vida com suas cores


II
O vento divino da mudança
Levantam-se ossos, reconstrói tendões.
Nascem carne e epiderme de criança
Novos rumos para novas canções


No lugar de chão agora tem asas
O poço, água para matar tua sede.
Resplandece o que estava sem luz
Olhas tudo agora pela graça


Os sonhos são realidade
Para aquele que tem dormido
Renovas tua identidade
Com espírito rejuvenescido.


Henrique Rodrigues Soares

20/07/2011.

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