O último poema


















Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais

Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos

A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.


Manuel Bandeira, no livro "Libertinagem e Estrela da Manhã". 14ª ed., Editora Nova Fronteira, 2000, pág. 70.

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