Soneto
Os potros cavalgados por meninos
fazem os luares e as manhãs, e morrem
nas luas novas e, ao morrer, persistem
na solidão do sonho de quem dorme,
e na vigília enferma, e nos sorrisos
das moças nos coretos, e nos galos,
nos êxtases das balsas, nas origens
de teu corpo de vinha, linho e ave.
Longas crinas arrastam pela areia
e banham pedra e rio de girassóis
que os cascos pisam e as madonas colhem.
E, se agonizam com a lua, exaustos,
não se apagam das cousas, continuam
como a infância no amor e o amor na morte.
Alberto da Costa e Silva
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O Tempo seca o Amor
O tempo seca a beleza, seca o amor, seca as palavras. Deixa tudo solto, leve, desunido para sempre como as areias nas águas. O tempo seca a ...

Nos últimos 30 dias.
-
Lembranças saudosas, se cuidais De me acabar a vida neste estado, Não vivo com meu mal tão enganado, Que não...
-
Navegar em liberdade é ir como não se sabe onde o ímpeto quiser. O corpo viaja na cama e o amor toma carona se no cora...
-
E o homem seguiu entre guizos falsos. Trazia no rosto uma sofreguidão de charcos. Era noite e os fantasmas enl...
-
Dentre os mais belos seres que desejamos enaltecer, Jamais venha a rosa da beleza a fenecer, Po...
-
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médi...
-
Meia noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vêde: Na bruta ardência orgânica da sede, Mor...
-
Por enquanto sou pequeno, muita coisa eu não sei. Eu só sei que estou gostando deste mundo onde eu cheguei....
-
Há um menino Há um moleque Morando sempre no meu coração Toda vez que o adulto balança Ele vem pra me dar a mão ...
-
Ah, este instante na tarde quando o sol bate seu ponto e se despede de um afugentar as sombras, de mais um dia de...
-
Há uma devastação nas coisas e nos seres, como se algum vulcão abrisse as sobrancelhas e ali, sobre esse chão, pousass...
Nenhum comentário:
Postar um comentário