Versos de Ocasião II

















Das ruínas de meu coração
posso construir minha prisão
e dos restos que sobraram
minha constelação


Do mal que extraí de tua urina
da seiva que sai de teus seios
de minhas lágrimas e meus anseios
posso criar meu oceano de perdição


Sou vento
sem canto
e canto
meu canto
por todo lugar


Não quero
falar do que perdi
pois senti
sofri
amei
chorei
por todo lugar


Que pena!
Meus olhos pobres apenas vêem
corpos que naufragam sem socorro
na noite vertical.


Henrique Rodrigues Soares - Sociedade dos Eremitas

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