Somos todos pretos
Sem sangue nobre
Somos todos neutros
Somos todos pobres.
Somos todos pretos
Sem salame ou requeijão
Temos apenas café preto
Algumas vezes pão.
Somos todos pretos
Tutu de farinha e feijão
Somos prato feito
Escassez e sequidão.
Somos todos pretos
De planos pretos
De panos pretos
E de tão negros estamos pretos.
Somos todos pretos
Com metas e ideais desfeitos
Uniformizados pés pretos
Sem sobrenome ou respeito.
Somos todos pretos
Que cor cobre meu peito?
Não é a melanina que nos faz
preto
Mas tudo isso, e o despeito.
Henrique Rodrigues Soares –
Canibais Urbanos
Novembro de 2014.
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