A Morte, que dá vida o nó desata
A Morte, que da vida o nó desata,
os nós, que dá o Amor, cortar quisera
na Ausência, que é contra ele espada fera,
e co Tempo, que tudo desbarata.
Duas contrárias, que üa a outra mata,
a Morte contra o Amor ajunta e altera:
üa é Razão contra a Fortuna austera,
outra, contra a Razão, Fortuna ingrata.
Mas mostre a sua imperial potência
a Morte, em apartar dum corpo a alma.
Duas num corpo o Amor ajunte e una;
por que assi leve triunfante a palma
Amor da Morte, apesar da Ausência,
do Tempo, da Razão e da Fortuna.
Luiz Vaz Camões
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O Tempo seca o Amor
O tempo seca a beleza, seca o amor, seca as palavras. Deixa tudo solto, leve, desunido para sempre como as areias nas águas. O tempo seca a ...

Nos últimos 30 dias.
-
E o homem seguiu entre guizos falsos. Trazia no rosto uma sofreguidão de charcos. Era noite e os fantasmas enl...
-
Lembranças saudosas, se cuidais De me acabar a vida neste estado, Não vivo com meu mal tão enganado, Que não...
-
Navegar em liberdade é ir como não se sabe onde o ímpeto quiser. O corpo viaja na cama e o amor toma carona se no cora...
-
Há as que nasceram nesta casa, Há as que oram como brasa. Elas nos oram em seu ventre. Oram pelos qu...
-
Por enquanto sou pequeno, muita coisa eu não sei. Eu só sei que estou gostando deste mundo onde eu cheguei....
-
A avó tem uma máquina de costura que foi da mãe da sua mãe, da sua avó. A avó pedala a máquina e costura rendas na barra d...
-
As malas Estão prontas Desde sempre Encostadas Num canto Do meu pensamento O mapa-múndi Aberto Sobre a mesa M...
-
Como falar do que é humanamente divino? Como falar do que nos é tão substancial? De ovozigoto a menino este c...
-
À sombra dos imensos coqueirais, Ouço as queixas infindas e os tormentos Do mar que entre gemidos espectrais, Confe...
-
Indomável, invencível, arrogante Como um rio a correr vertiginoso Não te condoes nem mesmo por instante Aos clamores dc ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário