As Mãos
As mãos descem com a noite
num oceano de dúvidas
Se aprofundam no egoísmo de possuir
Bocas se perdem
num inefável encontro
Tua saliva, teu gosto,
teu desgosto da vida
em que vagas como uma sombra
O vento acaricia teu rosto
Meus olhos acariciam teu corpo
e me penduro no teu pescoço
com meus sonhos e meu desespero
As mãos se mexem
Ficam distantes
Se unem (porém ainda distantes do teu corpo)
Suam um suor delirante, exaustivo
Uma noite fria
e na tua pele uma tempestade fluiu
Todo sim, não e talvez
que o mundo pode te dar
te comoveu
num frio ar de tristeza.
Henrique Rodrigues Soares - A Natureza das Coisas
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