Contente vivi já, vendo-me isento
Contente vivi já, vendo-me isento
deste mal, de que a muitos queixar via.
Chamam-lhe amor; mas eu lhe chamaria
discórdia e sem-razão, guerra e tormento.
Enganou-me co nome o pensamento
(quem com tal nome não se enganaria?);
agora tal estou que temo um dia,
em que venha a faltar-me o sofrimento.
Com desesperação e com desejo
me paga o que por ele estou passando;
e inda está do meu mal mal satisfeito.
Pois sobre tantos danos inda vejo,
para dar-me outros mil, um olhar brando,
e para os não curar um duro peito.
Luiz Vaz Camões
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