Japeri
Acordas bem cedo!
Tem que trabalhar
Está bem longe, acanhado,
Escondido no final da baixada.
Madrugadas frias
Com ruas de terra e um verde calado
Cinza de pouca esperança
Passos miúdos e apressados
De um povo que corre
Como as águas do Guandu
Num ritmo suave que nunca pára.
O sol acorda os montes
E ao redor da ferrovia
Tudo desperta e se mexe
Com espreguiçar de quem não se espera muito.
As crianças brincando de bola,
Soltando pipa e indo para escola.
Poucas ruas asfaltadas
Com casas longas e outras apertadas
Algumas tão pobres, outras como rosto de moça rica pintada.
Aonde os animais vivem em harmonia com humanos.
E humanos que vivem como animais ajuntam seus pertences
Para próximo acampamento noturno.
Ao chegar da noite
Tuas noites têm estrelas
A criançada brinca pelas ruas descalçadas
Sem se preocupar com o amanhã.
A lua brilha achando graça
Junto com as moças nas acanhadas praças,
Que não tem hora para adormecer.
O povo vai descendo dos trens
Com bolsas, sonhos e cansaço
E logo adormece pequena cidade
Do meu coração.
As casas cheiram silêncio
As ruas cheiram escuridão
Esperando o nascer de um novo dia
Com sua rotina repetitiva.
Henrique Rodrigues Soares – O que é a Verdade?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O Tempo seca o Amor
O tempo seca a beleza, seca o amor, seca as palavras. Deixa tudo solto, leve, desunido para sempre como as areias nas águas. O tempo seca a ...

Nos últimos 30 dias.
-
Lembranças saudosas, se cuidais De me acabar a vida neste estado, Não vivo com meu mal tão enganado, Que não...
-
Navegar em liberdade é ir como não se sabe onde o ímpeto quiser. O corpo viaja na cama e o amor toma carona se no cora...
-
E o homem seguiu entre guizos falsos. Trazia no rosto uma sofreguidão de charcos. Era noite e os fantasmas enl...
-
Dentre os mais belos seres que desejamos enaltecer, Jamais venha a rosa da beleza a fenecer, Po...
-
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médi...
-
Meia noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vêde: Na bruta ardência orgânica da sede, Mor...
-
Por enquanto sou pequeno, muita coisa eu não sei. Eu só sei que estou gostando deste mundo onde eu cheguei....
-
Há um menino Há um moleque Morando sempre no meu coração Toda vez que o adulto balança Ele vem pra me dar a mão ...
-
Ah, este instante na tarde quando o sol bate seu ponto e se despede de um afugentar as sombras, de mais um dia de...
-
Há uma devastação nas coisas e nos seres, como se algum vulcão abrisse as sobrancelhas e ali, sobre esse chão, pousass...
2 comentários:
Escreve poeta, mostra esse lugar, vou a Japeri sempre a trabalho desde 2007 e gostei desde o dia que pisei ai, abraços
Henrique, sou professora da UFRRJ. Nos estamos fazendo uma revista sobre a Baixada e gostaríamos de saber se você gostaria que seu poema sobre japeri fosse publicado na revista.Por favor entre em contato pelo email jananss@yahoo.com.br
grande abraço
Janaina
Postar um comentário