Palavras na penumbra
(7)
Há um silêncio leve sobre as ruas.
Esconde-se em sua tênue vaidade.
Ninguém o escuta. Vai pela cidade
compondo um vento de palavras nuas.
Foge do tempo, foge dessa urgência
de dizer tanto, e tudo, e não ser nada,
e encolhe-se no oco de uma ausência,
como uma ave oculta a face alada.
Há um silêncio vivo como a pele,
que pulsa sob um têxtil desatino,
disposto a seduzir o que o impele
ao devaneio. E o impulso vence-o
e abre uma outra face em seu destino:
pois dentro do silêncio há outro silêncio.
Renato Tapado
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