Soneto 1
Vou de mim como o céu, sozinho, à frente
das nuvens e das aves. Sopro e arrasto,
sou um chão sem verdor, assim achado
no mundo, por pequeno e por exausto.
Pelas tardes, reponho o sossegado
estar no espaço de entre a carne e a alma,
como, a chorar, se vê terrestre e amado
quem trança a solidão, a voz e o abraço.
Vou de mim como um céu cingido à terra
dos bichos e das arvores, completo,
fome e fastio sobre um sonho aberto,
pois, do mundo não mais metades cegas,
amantes, riso e dor em vão se apartam
e o que sonho se faz no que vem perto.
Alberto da Costa e Silva
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