Nós dos dedos



















Não vou preocupar-me com grafias e caligrafias
Se o que desejo é que me entendas
Não adianta a gramática e o vocabulário erudito
Se tu não compreendeu o que foi dito

Falo mais do que deveria
E as palavras correm, fogem, escapam...
Cuspidas á revelia
São tiros lentos, fatais...
Que me culpam todos os dias

Há palavras que me serviram de sombra
Outras abriram esconderijos
Algumas nos vestem com uma penumbra
Outras nos constrangem como despidos

Que tu perdoes o salgado e sombrio
Não enjoes com o doce e azedo
Pode se machucar no quente como no frio
Tem coisas que não se cabe remendos.


Henrique Rodrigues Soares – Canibais Urbanos

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