Silêncio na Ligúria
















1922
Dissolve-se ondeante o espelho d’água

Nas suas urnas o sol
Ainda escondido se banha

Um suave rubor perpassa.

E abre de súbito no recôncavo
A plena brandura dos olhos
Morre submersa a sombra das rochas.

Suave desabrochar de hilares flancos
A desperta quietude do verdadeiro amor.

E eu o gozo difuso
Pela asa alabastrina
De uma imóvel manhã.


Giuseppe Ungaretti – Geraldo Holanda Cavalcanti



Silenzio in Liguria

1922
Scade flessuosa la pianura d’acqua.

Nelle sue urne Il sole
Ancora segreto si bagna.
Una carnagione lieve trascorre.

Ed ella apre improvvisa ai seni
La grande mitezza degli occhi.

L’ombra sommersa delle rocce muore.

Dolce sbocciata dalle anche ilari,
Il vero amore è una quiete accesa,

E la godo diffusa
Dall’ala alabastrina
D’una mattina immobile.


RB Poesia Estrangeira – Revista da Academia Brasileira de Letras, nº 49, p. 10-11.

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