O Castelo

















O teu castelo é como um castelo de cartas
Como tantos que ao vento aluíram no mar.
Não lhe toques. Nada ficou por acabar.
Tal como o ergueste hás de deixá-lo quando partas.

Mesmo um friso de espuma é o princípio da morte
Que alonga pela areia o braço da maré.
Muros houve que mal estiveram de pé,
Ainda que parecendo os de uma praça forte.

A areia é eterna, o mar é eterno, eterno é o vento,
Mas eterno será também o esforço vão
De erguer castelos que bem pouco durarão
Nesta praia que só promete esquecimento.


Ribeiro Couto - In: Longe

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