Dança do ventre
Torva, febril, torcicolosamente,
numa espiral de elétricos volteios,
na cabeça, nos olhos e nos seios
fluíam-lhe os venenos da serpente.
Ah! que agonia tenebrosa e ardente!
que convulsões, que lúbricos anseios,
quanta volúpia e quantos bamboleios,
que brusco e horrível sensualismo quente.
O ventre, em pinchos, empinava todo
como réptil abjecto sobre o lodo,
espolinhando e retorcido em fúria.
Era a dança macabra e multiforme
de um verme estranho, colossal, enorme,
do demônio sangrento da luxúria!
Cruz e Souza
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O Tempo seca o Amor
O tempo seca a beleza, seca o amor, seca as palavras. Deixa tudo solto, leve, desunido para sempre como as areias nas águas. O tempo seca a ...
Nos últimos 30 dias.
-
Chego à amurada do cais, Tomo um trago de tristeza. Vem uma aura de beleza Entontecer-me ainda mais. Sinto um go...
-
Ser pai! Não é ser perfeito Não controla causas e efeitos Ser pai! E esquecer os predicados Tr...
-
Há as que nasceram nesta casa, Há as que oram como brasa. Elas nos oram em seu ventre. Oram pelos qu...
-
Em dias de silêncio Vozes falam, vozes gritam Dentro da minha casa Sou mínimo dentro do imenso De palavras, choros e...
-
Quando tá escuro E ninguém te ouve Quando chega a noite E você pode chorar Há uma luz no túnel Dos desesperados Há ...
-
Os corações (assim como as pátrias) não deviam ter fronteiras. Queria explodi-los em suspiros, gozo e anáte...
-
Que liberdade essa De encarar a dor De não querer mais Curá-la De chamá-la para uma conversa Quase todos o...
-
Eu tão isósceles Você ângulo Hipóteses Sobre o meu tesão Teses sínteses Antíteses Vê bem onde pises Pode ser meu...
-
Conserto a palavra com todos os sentidos em silêncio Restauro-a Dou-lhe um som para que ela fale por dentr...
-
Cismo a paz no silêncio do jardim, apenas quebrado pelo chilrear de pássaros, remanso da tarde que passa como brisa, ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário