“Metáfora”
Já não tento reter do dia
a luz que por exata concede
a chama alquímica dos amantes
a doçura de pétalas breves.
O tempo tem o galope das Fúrias
ventos que jamais enternecem.
Melhor correr da memória o labirinto,
drenar os aquíferos fundos
e aguardar: o que restar
será na noite a forma intáctil,
o espectro redivivo.
(Mais no mundo me vivo,
mais no comando de sombras me esmero.)
Deus conceda que me baste
este último consolo de náufrago,
a metáfora,
pétala incorpórea com que me visto.
Fernando Campanella
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2 comentários:
Caro Henrique,
Recebo-o alegremente em meus blogs. Visite os outros dois também. Há um link no primeiro.
Postei uma matéria sobre Machado de Assis, Drummond e Chico Buarque. Um trio imbatível! Com os recursos que a Internet permite.
Venho visitar você sempre também. Parodiando o samba "quem gosta de literatura bom sujeito é".
Eliane F.C.Lima
Bem vindo ao meu recanto.
Amo poesias e seus textos são maravilhosos.
Beijos poéticos
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