Elegias Romanas, 1













Dizei-me, pedras, respondei-me, altos palácios!
Falai-me ruas! Génio, manifesta-te!
Tudo está vivo em teus sagrados muros, Roma
eterna – é frente a mim só que se cala?
Alguém revele-me a janela à qual verei
a bela cujo fogo me refresque
e a rota em que, a caminho dela ou regressando,
hei sempre de perder horas preciosas!
Visito ainda pilar, palácio, igreja e ruínas,
sisudo como quem viaja a sério.
Mas não por muito; haverá logo um templo apenas
– Templo de Amor –aberto ao iniciado.
Roma, és um mundo, sim; mas, sem amor, nem mesmo
seria mundo o mundo; ou Roma, Roma.




Römische Elegien, 1

Saget, Steine, mir an, o sprecht, ihr hohen Paläste!
Straßen, redet ein Wort! Genius, regst du dich nicht?
Ja, es ist Alles beseelt in deinen heiligen Mauern,
Ewige Roma; nur mir schweiget noch Alles so still.
O! wer flüstert mir zu, an welchem Fenster erblick' ich
Einst das holde Geschöpf, das mich versengend erquickt?
Ahn ich die Wege noch nicht, durch die ich immer und immer,
Zu ihr und von ihr zu gehn, opfre die köstliche Zeit?
Noch Betracht' ich Kirch' und Palast, Ruinen und Säulen,
Wie ein bedächtiger Mann schclich die Reise benutzt.
Doch bald ist es vorbei; dann wird ein einziger Tempel,
Amors Tempel nur sein, der den Geweihten empfängt.
Eine Welt zwar bist du, o rom; doch ohne die Liebe
Wäre die Welt nicht die Welt, wäre denn Rom auch nicht Rom.



Johann Wolfgang von Goethe Poesia Alheia, 124 Poemas Traduzidos, [Tradução e Organização] Nelson Ascher, Rio de Janeiro, Imago Ed., 1998, p. 52-53.

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