Canto de Solidão

























solitário, e sem ouvintes
caminho falando mentiras
uma voz tonitruante
flui na intensa luta
meus planos inconstantes
meus passos flutuantes
são manual de verdade


nos ocasos os acasos
verdadeiros casos de dor
febres tomam nossos corpos
e vemos tudo como uma única chance


hoje, está tão frio
esta chuva fina
despertando o cio
de quem não tem amor


quantas vezes teu sexo
é maior que o mundo
quantas vezes teus olhos
desejam profundo
um pouco de silêncio
um pouco do imenso
um pouco de morte


quantas vezes tua cama
tua fama, tua lama
dispensas vazias e muitos ratos


a saudade chama...
clama... inflama
por todos os dias
corrói os fatos


são tantos dramas
tão pouca comédia
é calor de epiderme
lágrimas de verme


não me iludo com mimos
no amor sempre se perde
cada rio tem seu morredouro
mas é preciso...


Henrique Rodrigues Soares - A Natureza das Coisas

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