Diz-me, poeta...















Diz-me, poeta, o que fazes? — Eu canto.
Porém a morte e todo o desencanto,
como os suportas e aceitas? — Eu canto.
O inominado e o anônimo, no entanto
como os consegues nomear? — Eu canto.
Que direito te faz, em qualquer canto,
máscara ou veste, ser veraz? — Eu canto.
Como o silêncio dos astros e o espanto
dos raios te conhecem?: — Porque eu canto.

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O sage, Dichter…

O sage, Dichter, was du tust? — Ich rühme.
Aber das Tödliche und Ungetüme,
wie hältst du’s aus, wie nimmst du’s hin? — Ich rühme.
Aber das Namenlose, Anonyme,
wie rufst du’s, Dichter, dennoch an? — Ich rühme.
Woher dein Recht, in jeglichem Kostüme,
in jeder Maske wahr zu sein? — Ich rühme.
Und daß das Stille und das Ungestüme
wie Stern und Sturm dich kennen?: — Weil ich rühme.

Rainer Maria Rilke, 
em “Quatro Poemas Esparsos” (1924). In: Coisas e anjos de Rilke – Augusto de Campos [organização e tradução]. 2ª edição, São Paulo: Perspectiva, 2013.

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